O Mercado financeiro estava no aguardo do pronunciamento do Ministro da Fazenda Fernando Haddad, esperando um pacote para contenção de gastos do governo, porém, a fala do ministro mistura temas no pacote anunciado.
A economista Rita Mundim, critica a abordagem do governo: ‘Na fala agora, Haddad já começou a empurrar com a barriga de novo, falando que o Congresso terá o primeiro semestre do ano que vem para discutir essas propostas. O corte de gastos tem que ser para ontem’.
O governo federal revisou a projeção de rombo nas contas públicas em 2024 para R$ 28,7 bilhões. A estimativa anterior, divulgada em setembro, mostrava um deficit R$ 28,3 bilhões, o movimento foi motivado por um aumento acima do esperado com despesas públicas.
Nesse contexto, Ibovespa cai abaixo dos 126 mil pontos, dólar comercial sobe a R$ 5,99 e juros futuros sobem forte por toda a curva.
O mercado já aposta que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o aumento da taxa Selic poderá ser de um ponto percentual, em vez do meio ponto anteriormente previsto. Essa mudança nas expectativas é atribuída à piora na percepção da crise fiscal.
‘Se já estava difícil discutir o foco no corte de despesas, imagina misturar isso tudo no Congresso. Realmente o mercado não gostou e a sensação é de que nada vai funcionar’, afirma Mundim.