Hoje a UFPE, Universidade Federal de Pernambuco, também decretou greve após assembleia extraordinária, docentes vão enviar documentação para a reitoria para formalizar o movimento, que deve começar a partir de segunda (22/04). A categoria exige reajuste salarial de 22,7%, seguindo a pauta nacional, e a paralisação afetará 111 cursos de graduação da UFPE.
O Ministério da Fazenda afirma que não há possibilidade de aumento salarial em 2024, e propõe melhorias em benefícios este ano, com reajustes previstos apenas para 2025. Um levantamento feito pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) mostra que, até a terça-feira (16/04), das 69 universidades brasileiras, 18 estavam em greve.
O secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, José Celso Cardoso Jr., acredita que o assunto é complexo e não se esgotará no curto prazo, até porque a base do governo no Congresso tem tido dificuldades para alavancar grandes mudanças. “A reconstrução tem que ir pelos caminhos de menor resistência legislativa. E é incremental, porque você não consegue recompor perdas, capacidade administrativa, do dia para a noite. Esse é um processo que vai percorrer todo o terceiro mandato do presidente Lula”.
Os representantes dos trabalhadores de universidades e institutos federais pediram recomposição de recursos o mais rapidamente possível, ainda em 2024. “Estamos em greve por recomposição salarial. De 2013 a 2023, as nossas perdas chegam a 40%”, afirmou o coordenador de Educação da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra Sindical), Sandro Pimentel.
Ele disse esperar que a reunião marcada para o dia 19 “não seja mais uma embromação”, mas “que o governo faça a apresentação concreta orçamentária”.
As greves no ensino superior trazem várias consequências negativas para o Brasil, tanto em curto prazo quanto em longo prazo, como a interrupção do processo educacional, atraso na conclusão dos cursos pelos estudantes, impactando negativamente suas perspectivas de emprego e renda futuras, reputação internacional, prejudicando a colaboração internacional e o intercâmbio acadêmico, desperdício de recursos públicos, prejuizo na pesquisa e desenvolvimento, limitando o avanço do conhecimento e o desenvolvimento científico do país.